segunda-feira, 24 de outubro de 2011

I tried,

Vivemos tentando sempre melhorar, acertar, aprender, ... Tudo que fazemos e queremos se baseiam em tentativas de fazer certo, mas no meio dessas milhares de tentativas nos deparamos com algumas as quais querem nos desestimular a seguir em frente com o que queremos. Porém são com essas frustrações em nosso caminho que devemos nos apoiar para continuar tentando, pois as barreiras são apenas uma parte das nossas vidas e sem elas tentar seria algo muito fácil de se fazer, e as coisas sem nenhuma pitada de dificuldade não valem tanto a pena de lutar por elas. Errar é um dos principais pontos para um bom aprendizado, só assim teremos os melhores acertos.
Não se culpe por errar ao tentar, e sim por não ter tentado.

Benevides.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sobre viver [2],

[...]
Pronto, estava acabado. E naquele momento Júlia tentava controlar os sentimentos que tentavam desesperadamente sair, e os únicos lugares que ela não pôde conter foram frestas entre os olhos, por lá despencaram tudo o que antes estava adormecido, mas que agora acordara em um turbilhão de pensamentos. Seu primeiro movimento após a tragédia fora soltar aquele objeto que carregava em sua mão, que agora parecia pesar mais do que seu próprio corpo.
Alívio.
Diante de Júlia encontrava-se um corpo, apenas ele, sem mais nenhuma alma habitando-o. Ela não sabia quem era, de onde vinha e nem por que estava lá... na verdade sabia o que ele queria, mas não entendia o porquê daquilo. Já tinha ouvido falar sobre alguns casos semelhantes, porém somente na televisão, internet. Não assim, ao vivo e a cores, acontecendo ali, com ela. Era muito pior do que o que ela poderia imaginar, toda aquela cena voltando em flash's rápidos, deixando-a tonta com a rapidez com que eles iam e vinham. Uma sensação de mal-estar começara a lhe atormentar, toda sua força já se esvaíra e não conseguindo mais lutar contra tudo aquilo, caiu no chão e lá se acomodou na espera de que alguém chegasse para lhe buscar.

Muito tempo se passou desde que o incidente ocorreu, e depois daquele dia Júlia nunca mais foi a mesma, mas não pense que ela se abateu por isso e ficou mais frágil. Pelo contrário, ela se fortaleceu em cima desse medo e pôde com ele ajudar muitas mulheres que sofreram e sofrem algo semelhante ao seu caso.
Júlia Mendes de Sá, se tornou uma grande advogada no Brasil e hoje é considerada uma das maiores defensoras na luta contra a violência contra mulheres. Ela usou o que tinha e até o que não tinha para ajudar a enfrentar casos como o dela.

Não se deixe vencer pelo seu medo, sobreviva. Somos maiores do que ele.

Benevides.

Sobre viver [1],

Era uma noite de segunda-feira, e a ex-estagiária e agora nova advogada de um conceituado escritório de advocacia, Júlia Mendes de Sá, havia marcado de se encontrar em um bar próximo a sua casa, com alguns amigos para comemorar a promoção no trabalho recém anunciada. Todos estavam eufóricos, pois ela sempre foi uma ótima amiga e, acima de tudo, uma excelente aluna, ela mais do que ninguém merecia aquilo. Mas esforçada do jeito do que era, não se deu ao luxo de ficar muito tempo ali comemorando. Já era tarde e na manhã seguinte seria seu primeiro dia de trabalho, enfim como advogada.
Se despediu de todos, agradecendo por estarem em sua vida, tanto nos momentos bons quanto nos ruins, e especialmente naquele... o qual ela havia batalhado tanto para conseguir. Se ofereceram para deixá-la em casa, mas dizendo que não era necessário, pois morava a apenas três quadras dali, deixou o bar sozinha ruma a uma caminhada rápida até seu pequeno e aconchegante flat.

Não naquele dia, não naquela noite, onde um inesperado personagem surgiria na rua deserta, quase como um fantasma, fazendo com que o caminho se prolongasse por alguns minutos, mas que pareceriam horas de aflição.

Nos metros finais para finalmente chegar, Júlia foi surpreendida por esse personagem, um homem de estatura média, um rosto nada amigável, e com um olhar assustador. Ao perceber que ele queria algo com ela, decidiu não querer saber o que era e apressou os passos.
Infelizmente, os planos do tal homem não permitiram que ela desse mais passos. Ele puxou uma arma intimidando-a e em seguida, sem dar tempo dela processar o que estava acontecendo, a atacou dando vários murros e pontapés no seu corpo. Inutilmente ela tentava se defender dos golpes que vinham de todos os lados com cada vez mais força. Até que o homem mostra o que realmente quer com tudo aquilo e começa a rasgar as roupas de Júlia, que sem forças não consegue mais impedi-lo. Enquanto ele rasgava suas roupas e a arrastava para um beco escuro ela avista a arma pendurada atrás da calça dele, e com um último esforço, usando toda força que lhe resta, pois sabia que não iria sobreviver se não fizesse algo, esticando-se o máximo que consegue ela pega a arma sem que ele tenha percebido.

 [...]

Benevides.