terça-feira, 28 de agosto de 2012

Entorpecendo a lucidez.

"Tirem-me daqui! Ou ao menos devolvam minhas pernas para que possa sair sozinho, quero ser livre! Afastem de mim as suas hipocrisias, já bastam as minhas a martelar os neurônios até não saber quem sou! Por que? Por que me deixei prender por mim mesmo indo atrás de sonhos alheios? Ao inferno suas pressões, suas cobranças, e também suas esperanças! Possa ser que eu morra preso aqui, mas que meu brado sirva de chave, é, de chave, para o cadeado que aprisiona vários como eu! Aos raios com sua auto-ajuda, não quero ajuda, não quero palavras me dizendo que posso ser melhor vindas de alguém que não sei se é bom também. Seja como for, que isso tudo possa transcender essa podre prisão, não desejo isso ao meu inimigo se o tivesse. Pode ser que ninguém ouça mas é preferível o silêncio da platéia, ao barulho ensurdecedor de uma alma reivindicando os ares da liberdade!"
Ouvia-se isso no corredor de um manicômio, concordando ou não, há muita lucidez na loucura cuja normalidade jamais explicaria.

Felizola.

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